quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Fugir à Polícia




Num Estado de Direito como o nosso supostamente é, fugir à Polícia, ou neste caso à GNR, é uma coisa muito grave.
Foi o que aconteceu recentemente no Porto, quando um grupo de jovens, num carro, ignoraram uma ordem da Polícia.

Para não serem abordados pelas autoridades, numa atitude irreflectida, criminosa, e a todos os níveis ridícula, optaram por arrancar, tendo a partir daí começado uma longa perseguição de automóvel. No curso dessa fuga à Polícia, o condutor do veículo em fuga terá cometido inumeras manobras perigosas, pondo em causa a segurança de inocentes. A fuga terminou quando um dos agentes disparou sobre o veículo em fuga tendo morto um dos jovens e ferindo outro gravemente. Terminava assim a fuga sem que mal de maior tenha ocorrido.

Podia ter sido muito pior mas, felizmente, nenhum inocente foi afectado pela acção irreflectida dos jovens que optaram por fugir e que ignoraram variadas ordens de paragem.

O que é espantoso neste caso de "Cops" à portuguesa é que quem foi tratado como criminoso foi o militar da GNR que efectuou os disparos. Será que o dito militar seguiu o protocolo para este tipo de situação? Será que os devidos reforços e meios foram mobilizados para ajudar o carro da Polícia em perseguição? Será que o agente devia ter aliciado os jovens a parar oferecendo-lhes pastelaria variada?

E será que alguém sabe o que é ser Polícia, envolvido neste tipo de situação, em que vidas estão em jogo? A Polícia, de acordo com a lei, deve disparar sobre criminosos ou suspeitos quando entender, se se verificarem determinadas situações de perigosidade. E isso pelos vistos aconteceu. Se as pessoas não concordarem com este direito ao uso de armas de fogo, talvez seja melhor equipar as autoridades com fisgas e pedrinhas. Mas não muito afiadas, senão aleija-se as pessoas.

Os meios de comunicação, no entanto, preferiram dar tempo de antena aos jovens fugitivos. Coitadinhos, os malvados dos Polícias queriam matá-los. Os meninos tinham bebido demais, fumado umas ganzazitas, não tinham seguro, se calhar tinham uma arma no carro, fugiram à Polícia, e fizeram manobras criminosas e admiram-se do que lhes aconteceu. Enfim, alarvidades.

Espero apenas que o processo que foi iniciado contra o agente, acusado de homicídio em duas variantes, resulte na sua rápida absolvição. E a partir daí, pode ser que as pessoas voltem a respeitar a Polícia que nos protege.

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