segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Estética



Materializando a percepção de que a sociedade portuguesa está cada vez mais polarizada e entorpecida pelo mundo do futebol, não resisto a comentar a tentativa de agressão ao já icónico Rui Santos.

A agressão a um comentador de futebol, não confundir com comentador desportivo, é só por si uma boa notícia que merece o nosso regozijo. Faz-lhes bem. E a velha história de que a pena é mais forte que a espada, é para quem nunca levou com um pau nas costas.

Lamentável sim, é o equívoco da SIC que rapidamente se insurgiu contra o atentado à livre opinião perpetrado contra tão digno representante dos padrões de qualidade jornalístico-televisiva pelos quais a estação se rege.

O atentado, ao contrário do romantismo sugerido de que os culpados teriam sido adeptos enfurecidos ou obscuros lacaios mandados por ainda mais obscuros senhores do futebol, não foi motivado pelas opiniões futebolísticas do comentador.

Tratou-se obviamente de um acto cometido por estilistas. Perante a continuada falta de gosto da indumentária de Rui Santos, terá sido a gravata usada ontem a gota de água que fez o mundo da moda finalmente agir em nome da estética.

Resta agora saber se Rui Santos aprendeu alguma coisa com este episódio. E é bom que o tenha feito. As atenções dos cabeleireiros ofendidos não se poderá centrar eternamente em Paulo Bento.